domingo, 14 de julho de 2013

A LINGUAGEM SINGULAR DA MODA

 
 
Por convenção social não podemos andar pelados por aí. Em alguns lugares, por exigências naturais - pois faz muito frio, por exemplo -  em outros, por questões culturais - e este é muito mais o caso a ser tratado aqui - temos que cobrir os nossos corpos. Temos que esconder as nossas "vergonhas", enfeitando nossas estruturas biológicas com produções da civilização.
 
 
Em sociedade, qualquer escolha - mesmo a escolha de peças de roupas - passa a ser uma representação, uma forma de linguagem, o que possibilita o laço social. Nos identificamos, nos diferenciamos, nos transformamos, a partir das escolhas que fazemos.
O modo de se vestir - a moda - pode acontecer de forma massificada ou singular, assim como outros processos da subjetividade. E para algumas pessoas, isso não é e nem pode ser prioridade. Vestir-se, antes de mais nada, antes de qualquer capricho ou vaidade, é uma necessidade. Em muitos casos, veste-se o que se tem, ou o que se deve,  e essa é a realidade de um grande número de pessoas. Contudo,  isso  não deixa de ser uma linguagem que fala sobre a realidade social de determinado espaço-tempo, na qual os sujeitos estão inseridos.
 
 
Estar presa aos ditames da moda sempre me pareceu algo insensato e cansativo. As tendências mudam como o vento, e as pessoas parecem correr que nem loucas para se adaptar a elas. Penso que são as tendências da moda que devem dialogar com o estilo singular de cada pessoa.
 
 
Tenho o pensamento de que, em um mundo ideal, a filosofia da moda seria a de "poucas e boas". Na filosofia "poucas e boas ", possível em um mundo mais justo e consciente, as pessoas teriam um arsenal com roupas de boa qualidade, esteticamente belas e representativas, mas em pouca quantidade. Muita qualidade e pouca quantidade. Nesse mundo, repetir roupa não seria um problema, e sim uma marca de personalidade e estilo. Quando vejo algumas pessoas reclamando que "não querem repetir tal roupa", sinto um sentimento estranho. Quando gosto de uma roupa quero repeti-la ao máximo, pois foi por gostar dela, e me sentir bem nela, que a adquirí. E a repetição dela em mim a faz mais minha, cada vez que a uso ela se adapta mais ao meu corpo. É claro que isso tem um limite. Quando ela rasgar, ou ficar surrada, ela pode ter outro uso - posso usá-la em casa, ou para tomar banho de chuva, ou para fazer aventuras - ou posso pedir para alguém criativo, da área da moda, inventar algo legal para reconstruí-la. Posso também fazer um intercâmbio de roupas com minhas amigas e conhecidas.
 
 
Agora que cheguei nesse ponto, vou apresentar para vocês uma garota-mulher muito original, uma amiga nada previsível mas muito talentosa e divertida, que está inaugurando um blog sobre o universo criativo da moda. Senhorita Laís Giusti. Foi ela que, com o seu texto inaugural, me fez pensar sobre a função da moda em nossas vidas.
 
 
Acredito que será um sucesso, pois ela tem uma visão diferente, e não massificada, do que é, mas principalmente do que pode vir a ser a Moda, para cada pessoa.
 
Beijos mil.

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